quinta-feira, 14 de março de 2013

Estudo: Mulher pode cortar o cabelo?


Contexto Histórico




Olá, quero desejar a paz, dizer que pesquisei muito sobre o assunto pois sou mulher, cristã e desejo muito cumprir os mandamentos que Jesus nos deixou.
Vou dividir o estudo em partes para a leitura não ficar extensa, mais não deixe de ler os próximos estudos, o assunto é complexo, cheio de discriminações e obrigações, talvez por isso causa tantas divisões e doutrinas sem base bíblica.

Vamos começar então?

Todas as situações que passamos  aos anos, séculos, milênio, se situa em meio ao contexto histórico que visa nos auxiliar a entender a cultura, a política, a religião, a economia e outras informações da época.
Devemos também entender que em cada país, continente ou até as regiões se diferenciam uma das outras. Algumas regiões o fator  político pode predominar, outro porém pode predominar a religião. Um exemplo seria no Nordeste brasileiro a cultura que predomina seria o carnaval, na região sudeste a economia que predomina (antigamente o café e o leite) hoje em dia é a região mais industrializada do Brasil.

O que isso tem haver com o corte de cabelo das mulheres? E onde a bíblia entra nesse contexto histórico?


CULTURA 

Seus habitantes interessavam-se pela filosofia grega e tinham a sabedoria na mais alta estima.

RELIGIÃO

Corinto possuía pelo menos 12 templos. Um dos mais infames era dedicado a Afrodite, a deusa do amor, cujos adoradores praticavam a prostituição religiosa. Havia o templo de Asclépio, o deus cura, e no meio da cidade estava localizado o templo de Apolo (o deus grego da beleza, da juventude e da luz).

IMORALIDADE

Essa cidade além de ser um dos principais centros comerciais cosmopolitas do mundo antigo, era também famoso por sua devassidão e licenciosidade. A adoração a Afrodite promovia a prostituição em nome da religião. Em certo período, mil prostitutas sagradas serviam no seu templo. Corinto era notória por tudo que era pecaminoso.


No tempo de Paulo, em Corinto  havia uma nítida diferenciação entre pessoas honradas e as infames no mundo greco-romano. As cidadãs romanas que se prostituíam eram proibidas de usarem o manto usado pelas matronas (Dama romana. Mulher idosa e respeitável). Isso também ocorria com esposas adúlteras, concubinas adúlteras ou esposas libertas do seu patrão que se separavam dele sem o seu consentimento. Os homens podiam se divorciar das suas mulheres se elas saíssem com a cabeça descoberta.

"O véu ou o capuz tapando a cabeça constituíam [sic] um aviso: eis uma mulher honrada, de quem ninguém se deve aproximar sob pena de graves sanções. A mulher que saía sem véu, vestida de criada, já não era protegida pela Lei romana contra os agressores: estes se beneficiavam de circunstâncias atenuantes. [...] quando os cristãos pediram a todas as suas mulheres que cobrissem a cabeça (Paulo, I Cor. 11, 10),
 fizeram-nas tomar todas o aspecto de mulheres intocáveis, de mulheres honradas, o que nem todas eram, à luz dos respectivos direitos. Assim como os escravos do sexo masculino podiam usar toga ou pálio, vestuário dos homens livres, as mulheres cristãs de qualquer estatuto adotaram o véu, ou mesmo o modo de vestir das matronas. Sinal de sujeição, evidentemente, para as matronas como para as cristãs de condição inferior, mas também sinal de honra, de reserva sexual, portanto de domínio de si própria"
(ROUSSELL, 1990, p. 374)

Nos dias de Paulo, mulher sem véu, com cabelos soltos ou curtos era considerada infame. O uso do véu perpassava várias culturas, entre elas, a judaica e a greco-romana, que dominavam o ambiente à época. Por isso as honradas deviam ter o cabelo longo, preso e bem penteado. O cabelo solto era visto como um estímulo erótico, por isso, usá-lo solto em público era um ultraje ao pudor,pois era considerado uma parte privada do corpo que só o esposo podia olhar, além disso o cabelo solto era associado também “com a celebração de ritos religiosos de tipo orgiástico, como os do culto a Dionísio, deus do vinho”(FOULKES, 1993, p. 88). Algo semelhante acontecia no culto de adoração à deusa Ísis – representada com uma abundante cabeleira sobre o pescoço –,em que suas devotas também soltavam seus cabelos (FOULKES, 1993).De acordo com Foulkes (1993), é provável que as mulheres profetas achassem que podiam desempenhar seu papel na liturgia com a cabeça descoberta, pois a casa, lugar onde também se celebrava o culto cristão, não era um lugar público. No entanto, segundo Hoover (1999), as mulheres precisavam de uma auto limitação quanto à sua apresentação pessoal para alcançarem autoridade para continuar realizando seu ministério, pois as mulheres que insistiam no uso dos cabelos soltos ou curtos causavam confusão nas mentes dos não-crentes, além de desonra tanto para elas mesmas quanto para seus maridos.

Portanto, cada grupo deve seguir e se adaptar aos costumes vigentes no seu local e época. Este levantamento sobre a cidade, a Igreja e a situação de mulheres em Corinto foi importante para compreendermos um dos aspectos (...) que dialogam e polemizam olhando de posições sociais e ideológicas diferentes, construindo-se no cruzamento dos pontos de vista.

Este texto foi retirado de "O que a história registrou, sobre Paulo, Corinto, a igreja e as mulheres no século 1" (click aqui para ver o texto)

Neste resumo encontramos tudo o que precisamos saber sobre Paulo em corinto, porém eu frisei somente esta parte do livro por que é somente ela que estaremos estudando.

Bom assim como em corinto as mulheres judias também não podiam andar sem o véu, este era o costume da época, como lemos acima a importância do véu é diferenciar uma mulher honrosa de uma desonrosa, e assim a proteger com a lei greco-romana, e quanto ao corte e a forma do penteado do cabelo podemos observar que cabelo longo, preso e bem penteado, significa honra, quanto aos cabelos soltos e sem véu significava desonra e assemelhava-se a cultos de deuses e orgias.

Quero primeiramente que as pessoas entendam nessa primeira parte que em todos os cantos da terra, nossas culturas são diferentes, abra a sua mente e peça entendimento a Deus, quando Deus criou Adão e Eva, eles andavam nus no paraíso não havia pecado (gen. 2- 25), depois do pecado Deus fez túnicas de pele para ambos (gen. 3- 21), se Deus fez roupas de peles para Adão e Eva, então seria lei todos os povos usarem deste tipo de roupa? Observe também que Deus também não deu ordens em relação ao cumprimento de cabelo, e como seriam suas roupas ( se vestidos longos ou calças), creio que quando Deus formou Adão Ele pensou que sua roupagem seria seu corpo, o corpo cobriria a alma que Deus o dera.

Vemos em nossa história que cada país possui uma cultura baseada em nossos antepassados, que ao longo dos anos a ciência e a tecnologia nos influência a mudarmos. O que não podemos e devemos mudar é a forma de conquistarmos a nossa salvação, através de Cristo.
Deus faz as coisas com simplicidade nós que complicamos!
Continua parte 2.